terça-feira, 31 de maio de 2022

Por onde eu entro?

Olá. Como vai? Seja muito bem vinda - ou bem vindo - a esse pedaço de terra da internet que nós conhecemos como blog. Eu sou apenas mais uma pessoa que tem muita coisa na cabeça, muito gosto pela escrita, muita vontade de compartilhar ideias e muita vergonha de me expor. Acho que eu deveria fazer terapia. Ou começar um blog. Bom, já sabemos por qual caminho eu decidi seguir, não é mesmo?

Fato é que, além de ter inseguranças, eu também tenho uma filha. Sou mãe há 1 ano e 8 meses (amanhã serão 9), isso sem contar as 38 semanas e 3 dias de gestação. Eu já me perdi no meio de tantos números, mas o que quero dizer é que sou mãe. E como disse logo de cara na descrição desse blog, nosso mundo não gosta muito das mães. Nem das mulheres de modo geral.

Portanto, venho buscando maneiras de organizar tudo o que eu tenho na cabeça como uma tentativa de ampliar um pouquinho a rede de suporte a tantas outras mulheres e mães que, assim como eu, sofrem na pele as micro e macro agressões de uma sociedade patriarcal que detém poder sobre o potencial reprodutor das mulheres e, em última instância, sobre a própria vida das mulheres.

Agora, é fundamental destacar que minha experiência está pautada pelo meu recorte socioeconômico, e que os prismas de raça e de classe interferem diretamente na profundidade com que cada mulher vai ser atravessada por essas agressões.

O que eu espero alcançar com a criação desse blog? Não sei ao certo. Mas se uma única mulher tiver acesso a ele e conseguir se identificar com algum relato meu, conseguir nomear alguma violência que sofreu apenas por existir, conseguir identificar alguma situação de invisibilização pela qual passou como mãe, conseguir perceber que não está maluca por sentir o que sente, conseguir encontrar alguma forma de pedir ajuda, conseguir se perdoar por não ter sido a melhor mãe possível naquele dia, conseguir deixar escapar uma risada em um momento difícil, enfim, conseguir se sentir um pouco melhor consigo mesma, então acredito que ele já terá uma boa razão para existir.


Faça uma boa viagem pelas minhas viagens. Qualquer coisa grita.

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